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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Povos não alcançados - Os Pashtun

Um povo forte em terras áridas

Maometanos devastados por muitos anos de guerra

Yakub, nove anos de idade, não se assusta quando os projéteis de 100 milímetros, disparados de tanques de guerra assoviam sobre sua cabeça e explodem na encosta da montanha a menos de 2Km de distância. As ruas estão repletas de Mujaahadin (guerreiros da liberdade islâmicos). Jatos MIG-21, leais à facção Tajik, bombardeiam a cidade de Kabul. Quase sempre erram os alvos, pois devem voar a 10.000 metros de altura, para fugir aos mísseis anti-aéreos Stinger, fornecidos pelos americanos. Há dois anos Yakub deixou de freqüentar a escola, pois oito famílias sem teto foram morar no esqueleto de uma construção. Na mesquita próxima (templo muçulmano), já não existem as classes infantis do Alcorão, devido aos combates freqüentes entre facções rivais.

A invasão soviética

Em 1981 a família de Yakub mudou-se para Kabul, depois que sua aldeia foi arrasada pelos bombardeios dos Migs e helicópteros. As fontes de água potável foram envenenadas. Tudo isto fez com que muitos habitantes da aldeia fugissem para o Paquistão. Logo após a chegada da família a Kabul, o irmão mais velho de Yakub foi recrutado pelos comunistas e morreu em combate. A explicação dada por seu pai - Foi Deus que permitiu - nunca consolou Yakub. A família vai enfrentar dias difíceis, com o frio abaixo de zero grau, pois a renda familiar vinha da agricultura e agora vivem com um tio, que ganha 11 dólares por mês, trabalhando para o governo. O Afeganistão atravessa tempos conturbados e enfrenta inflação anual de 360%.   Os heróis Mujaahadin, que prometiam paz e prosperidade, desapareceram, com a instalação do regime islâmico. Depois de uma década de ocupação soviética, um milhão e meio de vidas foram ceifadas. Em fevereiro de 1989, os 120 mil soldados soviéticos saíram do Afeganistão, e deixaram lá 30 milhões de minas terrestres não mapeadas. Os campos dourados de trigo, outrora cultivados pelo pai de Yakub, agora estão abandonados, devido às minas.

Guerra Santa e Islã

Diferentes facções islâmicas proclamam que sua guerra é a "jihad" (guerra santa), embora estejam matando seus próprios irmãos muçulmanos. Yakub ainda se lembra do dia em que sua casa foi invadida e seu pai agredido por usbeques (grupo étnico do norte do Afeganistão, de origem turca). Seu pai diz que acredita em Deus, mas, desiludido, costuma dizer que se a presente guerra é santa, ele nada tem a ver com ela.

Orgulhosos e sem lei

O nome afegão foi dado aos Pushtuns pelos vizinhos persas e significa "indisciplinado", ou "amotinado". São individualistas em extremo, orgulhosos, temperamentais, audazes, destemidos e contrários às mudanças. A cultura Pushtun é expressa pelo "Pushtunwali" (código de honra), que inclui hospitalidade generosa, perdão e asilo ao inimigo que se humilha, bem como defesa da propriedade e vingança de sangue.

Engano espiritual

Embora nunca o admitam, os pushtuns têm pavor de maldições e de "olho mau" (maus espíritos). Protegem-se com amuletos e sortilégios. Sua vida é cheia de superstições. A terra dos pushtuns, antes do domínio islâmico e budista, serviu de berço a duas grandes religiões: o Hinduísmo e o Masdeísmo (Zoroastrismo). Através da História, a terra deste povo foi submetida a sucessivas invasões de exércitos estrangeiros. Os invasores sempre pagaram um alto preço pelas suas conquistas. Este povo foi o que ofereceu maior resistência a Alexandre Magno. Foram necessárias seis cruzadas para que os árabes impusessem o Islã no século oitavo. Depois de três campanhas militares os britânicos não conseguiram vencer os pushtuns. Conseguiram enfraquecê-los ao estabelecerem a Linha Demarcatória de Durand, hoje fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão. O governo do Paquistão não conseguiu controlar os Pushtun, a quem os britânicos chamam de Pathan. Concede-lhes autonomia e pouco interfere nas questões e no território Pathan. (Nota do Tradutor: As situações político-militares descritas acima, referem-se ao período anterior à guerra do Afeganistão, desencadeada pelos americanos, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Estes atentados, ao que parece, foram financiados por Osama Bin Laden, com apoio do governo afegão. O regime dos talibãs foi derrubado. Os acontecimentos internacionais ainda em curso - 2002 - parecem indicar uma certa diminuição da intolerância religiosa e relativa mudança dos rígidos costumes impostos pelo regime deposto).

Os Pushtuns são "adotáveis"

A maioria dos pushtuns respeita os cristãos, por causa dos serviços humanitários que lhes prestam, embora as boas novas do Evangelho nunca tenham chegado ao conhecimento da imensa maioria deste povo. Os pushtuns também admitem um certo parentesco com os cristãos porque estes possuem "O Livro" (Bíblia) e sabem que os cristãos são diferentes dos comunistas sem Deus, que vieram destruí-los com tanques e helicópteros. Desta forma, estão mais receptivos ao Evangelho, mas ainda são poucos os cristãos trabalhando entre eles. Deus ama os pushtuns e há de levantar muitos deles para tomarem conhecimento da sua graça e O glorificarem, como está prometido no Apocalipse 7.9. Não havendo igreja entre eles, nossa responsabilidade é orar para que possam ser discipulados.

OREMOS PELOS PUSHTUNS

- Para que cessem as lágrimas e o sangue derramado na "jihad".

- Para que seja quebrada a maldição do sangue inocente derramado. Não é raro o assassinato entre irmãos. (Gênesis 4.9-11).

- Para que as fortalezas do Islã, o medo, o engano e o preconceito, sejam derrotados, e cessem os pecados da cobiça, do orgulho, da violência e da vingança.

- Para que se conclua a tradução do Antigo Testamento em língua pushtu e para que se distribua eficientemente a literatura cristã, gravações, programas de rádio e o filme JESUS.

- Para que seja unificadas as centenas de cristãos existentes, e possam adorar a Deus e fazerem a sua vontade.

- Para que se libertem da superstição e da magia negra.

- Pelos milhões de refugiados no Paquistão e no Irã e pelos deslocados internamente.

- Para que as organizações cristãs de socorro possam obter reconhecimento dos governos instáveis e conseguir voluntários para o seu trabalho.

- Para que possa surgir uma igreja sensível à cultura deles, gerando um crescimento sustentável.

Dados Estatísticos

Alfabetização: entre 7-14%.

Alimentação: Pão integral, arroz, carne de ovinos e bovinos, melões, uvas, frutas secas e nozes.

Artes: ***

Estrutura Familiar: ***

Fonte de Renda: Ópio (maior produto de exportação); tapetes feitos a mão; lã, algodão, pele de cordeiro karakul, frutas secas e nozes.

Idioma: Pukhtu (ao norte) e Pashtu (ao sul)

Igreja: Nenhuma. Mesquitas: 48.000.

População: Aprox. 25.040.000 no Afeganistão: 10.738.000 no Paquistão: 14.302.000

Recreação: ***

Religião: Muçulmano Sunita (84%) e Shiita (15%)

Saúde: Extremamente precária, poucos médicos, escassez de remédios, 1o no mundo em mortalidade infantil. Expectativa de vida: homens (47,4 anos); mulheres (46,8 anos).

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