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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Povos não alcançados - Os Tuaregues

O Povo do Véu

“Senhores do deserto” lutam para sobreviver.

Um grupo de mulheres idosas, parentes de um recém nascido, marcham solenemente em volta da barraca da criança. A avó materna segura o bebê, enquanto as outras pronunciam uma bênção sobre a tenda, cantando e exorcizando "a velha".

"A velha está saindo,

Fátima e Aisha estão entrando.

Chô! Chô! Fátima e Aisha vão cortar

O seu cabelo amanhã."

Depois de várias voltas em torno da barraca, a líder enterra uma faca na areia, simbolizando o fim da ameaça à mãe da criança. Assim começa a cerimônia do nome, uma das atividades mais importantes no acampamento tuaregue. "A Velha" é o nome dado a um dos mais temidos espíritos da mata, que, segundo acreditam os tuaregues, ameaça à vida do recém nascido e sua mãe. Crenças animistas e islâmicas se combinam nesta cerimônia tribal. Fátima e Aisha são os nomes da esposa e da filha do profeta Maomé. As mulheres tuaregues encontram-se entre as que gozam de maior liberdade entre os muçulmanos. São extremamente respeitadas e a monogamia é uma tradição. É a mulher que ensina às crianças as tradições da tribo e é também a dona dos utensílios existentes na barraca. O status social e a herança se transmitem através da linhagem feminina.

Glorioso passado

Uma aura de mistério cerca os tuaregues que há mais de mil anos vagam pela vastidão do deserto do Saara africano. A classe nobre dos guerreiros, de pele suave, altos e imponentes, já foi chamada de "Senhores do Deserto". Lutavam em camelos e controlavam as rotas das caravanas no deserto, que é uma extensão de terra do tamanho do o Brasil. Os tuaregues são também conhecidos como "os homens de véu", porque o que mais os distingue é o turbante azul que todo homem usa. Unidos pela língua - o Tamacheque, e pelos costumes, mais do que pela raça, os cerca de Um milhão de tuaregues se espalham pelo Sael, sendo sua maior concentração no Niger. Devido às recentes guerras civis no Mali e no Niger, há cerca de 35 mil refugiados na Mauritânia.

Islã

Existem diferentes castas sociais entre os tuaregues. A mais alta é a dos guerreiros nobres, que até recentemente concentravam a maior parcela das riquezas. Os marabus, ou líderes religiosos disputam posições sociais, desde que o Islã foi introduzido, no século XVII. Os ferreiros ocupam uma baixa classe social, embora tenham papel importante na sociedade tuaregue. São eles que ainda fabricam espadas cerimoniais, selas, utensílios de couro e amuletos para espantar maus espíritos. A classe mais baixa é a dos tuaregues negros, descendentes de escravos, que no passado eram capturados para cuidar dos rebanhos e apanhar lenha. Hoje em dia são livres, mas muitos ainda permanecem nos clãs, fazendo parte da família a que serviam. Desde a década de 1950 estas estruturas sociais sofreram profundas mudanças. Por duas décadas, a maior seca de que se tem notícia no Sael, 1970 e 1980, dizimou os rebanhos de bovinos, camelos e cabras. Sem a maior parte dos rebanhos, e com os Estados nacionais querendo retê-los dentro das respectivas fronteiras, praticamente terminou o nomadismo dos tuaregues. Apesar da perda dos rebanhos, muitos deles ainda desejam reavê-los, e sonham com o dia em que, recuperado o seu direito à vida nômade, viajarão outra vez com suas famílias rumo ao norte, para as grandes planícies do Azawad.

Cristianismo

A obra missionária entre os tuaregues teve seu início em 1914. Mais recentemente agências missionárias, como a Visão Mundial, têm trabalhado entre eles, resultando desse trabalho algumas conversões. Estes poucos convertidos, principalmente homens, estão muito espalhados e enfrentam muitas dificuldades. Porções das escrituras e histórias foram traduzidas na antiga escrita, que uns poucos tuaregues conseguem ler. Sua crença islâmica misturou-se ao animismo, estando profundamente entrelaçadas na estrutura social. Mas a antiga classe nobre e os jovens desprezam tais crenças.

ORE PELOS TUAREGUES:

- Pelos poucos cristãos que têm tido coragem de dar o seu testemunho, enfrentando.

- Perseguições, abandono da família, e dificuldade de conseguir emprego e esposa.

- Para que seja suprida a maior necessidade das comunidades rurais: encontrar o meio termo entre uma frágil ecologia e a vida nômade.

- Pelos que ainda se encontram nos campos de refugiados e pelos que foram arrancados de seu estilo de vida tradicional e agora buscam trabalho nas cidades, e procuram refazer suas vidas, enfrentando os problemas de famílias desfeitas.

- Pelos tradutores da Bíblia, que trabalham nos diversos dialetos usados pelos tuaregues em diferentes países. E também para que haja uma igreja local, capaz de propagar o evangelho.

- Pela saúde e segurança dos missionários que exercem os seus trabalho em difíceis condições sanitárias. O povo é hospitaleiro, mas têm surgido problemas de delinqüência, com depredação de propriedades e ameaça à vida de missionários.

"Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está nos céus." Mateus 18.19.

Pensando hoje em você...Ore comigo...Pelos tuaregues!

Dados Estatísticos

Alfabetização: Baixa.

Alimentação: Carnes de caprinos, ovinos e camelo, leite de cabra, queijos, tâmaras, amendoins, cereais e grãos.

Artes: ***

Estrutura Familiar: Usam a linhagem materna embora não sejam matriarcais. São os homens que não dispensam um véu azul índigo característico, o Tagelmust, que usam mesmo entre os familiares. Dizem que os protege dos maus espíritos, e tem a função prática de proteger contra a inclemência do sol do deserto e das rajadas de areia durante suas viagens em caravana.

Fonte de Renda: ***

Idioma: Tamacheque (vários dialetos).

Igreja: ***

População: 1 á 3,5 milhões (localizados no Chade, Mali, Niger, Argélia e Mauritânia).

Recreação: Corridas de camelos, canto (entre as mulheres), histórias.

Religião: Islã,Cristã (menos de 1%)

Saúde: Deficiente. Poucos médicos e clínicas.

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