Pergunta:
“Sou cristão, e ao ler a Bíblia verifiquei que os apóstolos sempre batizavam imediatamente os novos convertidos. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o alto oficial etíope (At 8) e o centurião Cornélio (At 10). Por que nossas igrejas exigem um tempo de prova, em que o candidato é avaliado? Por que alguém deveria esperar pelo batismo mesmos estando disposto a obedecer imediatamente a essa ordenança de Jesus?”
Resposta:
Você está certo. A prática do batismo no tempo dos apóstolos era clara: quando alguém se convertia, era logo batizado. Hoje muitas igrejas são mais reservadas nessa questão. Essa reserva tem seus motivos.
No tempo da igreja primitiva, quando alguém se convertia, sabia muito bem o que isso significava: exclusão social, perseguição e martírio. A decisão de se batizar podia representar sérias e graves consequências, como acontece hoje em muitos países. No passado, quando alguém era batizado, estava testemunhando publicamente sua disposição de seguir a Cristo e sua prontidão em sofrer por Ele, se necessário.
Hoje é frequentemente proclamado um Evangelho abreviado, do tipo “Venha a Jesus e você estará salvo!”
A mensagem da cruz que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados é maravilhosa (Rm 5.6), mas igualmente maravilhosa, verdadeira e séria é a mensagem de que Jesus espera por nossa entrega total a Ele. Isso é justamente o que aprendemos na doutrina do batismo em Romanos 6, onde está escrito: “Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição” (Rm 6.5).
“Unidos com ele em semelhança da sua morte” significa: “já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).
Para expressar essa ideia mas concretamente, leiamos o testemunho de Paulo: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gl 6.14).
Pela seriedade do ato do batismo, os líderes de uma igreja fazem bem ao esperar e avaliar a maturidade espiritual e também estabelecer uma idade mínima para quem for batizar. Em certas circunstâncias, isso pode significar que um jovem de 15 anos ainda não pode se batizar, mesmo sendo mais maduro espiritualmente do que outro de 17 anos. Se o jovem respeitar as ordens dos líderes, terá paciência e esperará até atingir a idade espiritual estipulada por sua igreja. Entretanto, ao rebelar-se contra essa norma, estará provando que ainda lhe falta a necessária maturidade.
O batismo não salva, mas é um ato de obediência a uma ordem clara do Senhor – e sobre toda obediência repousa uma bênção especial dEle!
E.V.
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