O povo com a independencia não resolvida
INCERTEZA NA LIBERTAÇÃO DOS CAXEMIRES
O conflito entre a Índia e o Paquistão nega independência a um povo conhecido por produzir a lã da Caxemira. O índice de analfabetismo entre as mulheres é altíssimo
Srinagar, Índia - Tiroteios ressoam nas montanhas. Mais uma vez o ritual matutino do fazendeiro Abdul Mohammed é interrompido pela breve combate entre o KLA (Movimento de Libertação da Caxemira) e tropas regulares do exército indiano, aquarteladas neste vale tranqüilo. Sua esposa e cinco de seus filhos, que trabalham no campo de trigo, ficam atentos aos tiros, mas logo voltam ao trabalho. A luta é distante, no vale oriental, e hoje não vai incomodá-los. Durante séculos, Abdul e seus ancestrais foram criadores de ovelhas. Quando os ingleses chegaram à Índia e abriram caminho para esta antiga estância de férias de marajás e de outros nobres indianos, descobriram que o maior tesouro estava nos rebanhos que pastavam mansamente no tranqüilo Vale do Caxemira. Logo a seguir começou a procura pelos casacos da Caxemira e outras roupas finas. Hoje estas roupas podem ser encontradas no mundo inteiro. Se você for ao Vale do Caxemira, pode comprar roupas diretamente à esposa de Abdul ou a outros comerciantes da região. A capital, Srinagar, situa-se a mais de dois mil metros de altitude, no Himalaia ocidental. O visitante de Srinagar pode desfrutar da mesma tranqüilidade e do frescor da montanha, de que há milênios outros estranhos têm desfrutado. Como os ingleses nos séculos XIX e XX, você poderá passar uma noite num barco-residência no lindo lago Dal, cercado de imensos jardins e altas montanhas. O Vale do Caxemira situa-se acima do calor do planalto central da Índia, mas de vez em quando se aquece com a efervescência política entre a população muçulmana da Caxemira e qualquer grupo que ocupe o poder.
Uma fortaleza na montanha
Caxemira e Jammu, o estado vizinho, sempre estiveram em conflito e tem sido difícil administrá-los. Jammu é composto de hinduístas, que não têm grandes problemas com o governo indiano. Entretanto, os habitantes da Caxemira são muçulmanos sunitas, descendentes de indo-arianos e têm sonhos de se tornar independentes, embora já tenham sido dominados por afegãos, mongóis e finalmente hinduístas. Raramente foram governados por si mesmos.
A tradição de isolamento e independência dos caxemires, é facilitada pela distância onde vivem, e pela sua lealdade ao islã. Mesmo nos tempos modernos o vale era ainda inacessível 6 a 8 meses por ano, devido às nevascas que caem no inverno do Himalaia. Mesmo assim, a Caxemira é o único estado indiano com constituição própria. São freqüentes os conflitos entre as leis hinduístas e islâmicas. Quando, em 1947, surgiu o Paquistão, como país independente para a minoria islâmica da Índia, a Caxemira não pôde ser anexada a ele, pois seu governante era Hinduísta. A linha arbitral traçada pelas Nações Unidas, separou a Caxemira livre da maioria, mantendo a maior parte sob domínio indiano. Hoje em dia, o exército indiano mantém uma forte presença no vale do Caxemira. Quase todas as semanas surgem em Srinagar notícias de mortes entre soldados indianos e separatistas caxemires.
Analfabetismo e islã
Os caxemires não somente se frustraram em seus anseios de independência, como também tiveram que enfrentar graves problemas sociais. Eles têm a mais baixa taxa de alfabetização de mulheres na Índia. Somente 15% da mulheres sabem ler e escrever, comparada com 37% dos homens. Lá também existe a mais baixa taxa de mulheres, sendo 96 mulheres para cada grupo de 100 homens. A média de gestação para cada mulher é de 18, sendo que 9 resultam no nascimento de bebês. Não é de surpreender que a expectativa de vida da mulher seja de 54 anos, 24 a menos que na Escandinávia. Interessante é que as mulheres do campo adotam os rígidos preceitos do Purdah, tradição islâmica que as mantém ocultas das vistas e dentro do lar. 75% do árduo trabalho da agricultura é exercido por mulheres e por esta razão elas anseiam sair do campo. Para a cultura caxemir, trazer as mulheres para o relativo conforto do lar, é tido como símbolo de status social. Os cachemires se orgulham do seu belo vale, dos famosos tapetes e casacos de lã, e da cultura islâmica, onde se encontram alguns dos mais famosos santuários muçulmanos. Gostam de contar histórias, de cantar e são alegres. Mas sentem-se ameaçados pela maioria hinduísta, e resistem às mudanças.
Os caxemires são um povo não-alcançado
(O nome do missionário foi mantido em sigilo neste artigo, em virtude da dificuldade em alcançar esta região).
"Em certa medida os caxemires permanecem um povo não-alcançado", diz o Sr. XYZ, missionário entre os caxemires.
Pouquíssimos ouviram
Os primeiros missionários chegaram no início de 1800, e os últimos missionários estrangeiros foram mandados embora em 1963. Cristãos indianos estão fazendo programas de rádio em urdu, língua oficial do Paquistão e visitando o vale com grande risco para sua segurança.
Quase ninguém respondeu
As melhores estimativas indicam cerca de 500 cristãos entre os 4 milhões de Caxemires. Acredita-se que existam umas 10 congregações que ainda resistem. Uma delas em Srinagar foi completamente destruída por multidões violentas em duas oportunidades.
A Bíblia
Só existem porções impressas e já obsoletas. Pouquíssimos possuem as escrituras em urdu, língua oficial do Paquistão.
A terra da Caxemira
Superfície: 5.000Km2.
Capital: Srinagar
Altitude média: 2.000m
O Vale do Caxemira situa-se nas elevações a oeste do Himalaia.
Produz artigos finos de lã. Faz parte de um estado indiano chamado Jammu e da Caxemira.
1/3 da Caxemira tradicional situa-se em território do Paquistão e chama-se Azad Kashmir, ou "Caxemira Livre".
A vida na Caxemira
- 20% urbana, 80% rural.
- 50% das casas são de baixo padrão.
- 4.000 escolas públicas, com alto nível de evasão escolar.
Oremos:
- Para que se levante uma Igreja viva entre cachemires, na Índia e Paquistão.
- Pelo vale do Caxemira, Índia e Paquistão. O acesso de missionários aos refugiados na Índia é mais fácil.
- Pela paz. Freqüentes distúrbios provocam o êxodo das pessoas. O movimento de Independência da Caxemira pode torná-los mais aberto aos não muçulmanos.
- Para que efetivamente as escrituras sejam utilizadas e a Bíblia seja impressa na língua deles.
- Por programas de rádio em urdu e cachemir.
- Para que missionários indianos possam ser instrumentos de pacificação entre hinduístas e muçulmanos.
- Pelo suporte financeiro, e pela segurança dos missionários que operam de várias formas não convencionais.
- Para que os missionários possam criar pontes lingüísticas e culturais para penetração do Evangelho.
Apocalipse 7.9: Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas.
Dados Estatísticos
Alfabetização: ***
Alimentação: ***
Artes: ***
Estrutura Familiar: ***
Fonte de Renda: ***
Idioma: ***
Igreja: ***
População: Quatro milhões no Vale do Caxemira. No exterior: 100.000 no Reino Unido; 39.000 no Azad Kashmir; milhares no norte da Índia, Delhi e no Nepal.
Recreação: ***
Religião: 95% de Muçulmanos Sunitas, forte influência do Islã popular. Menos de 500 Cristãos.
Saúde: ***
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