A Forma
O cunho mais característico é o paralelismo entre os membros dos versos dados, isto é, alem das linhas usualmente semelhantes em comprimento e estrutura, há também, quase sempre, uma formal unidade de pensamento entre elas. Desse modo os versos de Lameque (Gn 4.23,24) se destacam claramente da narrativa em prosa que os precede.
O paralelismo é de varias espécies e, contudo, se alternam freqüentemente. Distinguem-se como:
- Sinonímico (cf. Sl 21.1,2; Jó 8.5), onde as linhas exprimem exatamente, ou quase exatamente, as mesmas idéias.
- Progressivo (cf Sl 23.1; Pv 29.22), onde a linha, ou as linhas subseqüentes desenvolvem o pensamento contido na primeira.
- Antitético (cf Sl 1.6; Pv 1.7), onde o pensamento primeiramente exposto aclara-se por outro que é antítese daquele.
- Sintético, ou Construtivo (cf Sl 25.12; Pv 26.4), onde uma idéia nova, inteiramente diversa, é introduzida na segunda linha, ou nas linhas subseqüentes.
- Climático (cf Sl 42.1; Pv 15.16 e muitos outros provérbios), onde a forma é intermediária entre nº 1 e nº 3, ou nº 1 e nº 2.
Enquanto, por via de regra, os versículos paralelos constituam a única estância ou estrofe, há exemplos de grupos de versículos da mesma poesia, cada um terminando com um estribilho. Um exemplo perfeito encontra-se nos Salmos 42 e 43 que constituem uma só poesia. Ainda que na seja tão perfeito, o Salmo 107 é também semelhante. O Salmo 119 divide-se simetricamente em 22 partes, cada uma de 8 versículos, todos de cada grupo começam com a mesma letra no hebraico. Há diversos outros salmos alfabéticos ou acrósticos, sendo na maioria os últimos cronologicamente escritos.
As estrofes por si mesmas são usualmente dísticas. Nos Salmos e em Jó, muitas vezes, encontram-se estrofes trísticas (cf Sl 22.23,24, 26,29; 24.4,7 e seg; Jó 21.7; 33; 24.12, 18). Tetrásticas são raras; entretanto, se encontram em quase todo o Salmo 37. Também algumas vezes, descobrem-se as pentásticas (cf Sl 25. e 5, 6 e 7; 37. 14 e 15, 25 e 26).
Os exemplos acima citados são das divisões expressamente poéticas do Velho Testamento. Na literatura profética, que é em grande parte poética também, há mais independência e variedade, e dentro dos limites de poucos versículos, encontram-se todas as formas principais do paralelismo (cf Is 25.1-9). Na estrofe da poesia dos profetas, quanto ao numero de linhas, não há limite pratico.
No Novo Testamento, há também o tipo hebraico de poesia, por exemplo: Mt 8.20. Em Mt 25.34-36 nota-se a influencia do antigo estilo poético.
A Matéria
Toda a poesia da Bíblia tem como tema - religião - religião de Jeová.É simples e clara.
É universal.
Seus temas são de importância para o mundo inteiro e suas intuições representam a voz da consciência humana testemunhando a verdade de Deus.
Abrange
1. A Poesia Lírica, no período de, ao menos, mil anos, compreendendo, além dos Salmos, tais poesias Líricas, como a bênção de Jacó (Gn 49), o cântico de Miriã (Ex 15), os cânticos de Moisés (Dt 32.33), o cântico de Débora (Jz 5). “O Cântico do Arco” (2Sm 1) e o hino de Ezequias (Is 38).
2. A Poesia Didática: ou gnômica (consitindo de máximas), como a maior parte do livro de Provérbios; ou refletiva, como os capítulos 1 a 9 e 31 de Provérbios; ou Eclesiastes e muitos Salmos (cf Sl 14, 37, 49, 50, 78, 104-106, 139).
3. A Poesia Semi-Dramática: o Livro de Jó e o Cântico de Salomão.
4. A Poesia Elegíaca: Lamentações de Jeremias e diversas elegias dos escritos proféticas.
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