Segundo o cético Renan, a Teologia é uma construção do século XIII, e assemelha-se a uma catedral gótica: tem-lhe toda a grandeza, os vazios imensos e a pouca solidez. Se o pensador francês, contudo, tivesse intimidade com as Sagradas Escrituras, aperceber-se-ia que a melhor imagem da Teologia foi aquela feita pelo salmista – a Cidade Santa.
Jerusalém é a figura que melhor se quadra à Teologia Bíblica, pois edificada com toda a solidez (Sl 122.1). É para esta cidade que sobem os peregrinos do Senhor para adorá-lo na beleza de sua santidade. Misturam-se aí a devoção e conhecimento num culto que nos torna propício àquEle que é a mesma sabedoria.
Na Teologia não há vazios; há revelações. Imensidões, sim; vazios, jamais. Mistérios, infinitos; vazios, nunca. É por isso que a Teologia é considerada a rainha das ciências.
Estas são as principais bases da Teologia:
4.1 Deus existe e mantém um firme relacionamento com o Universo.
Segundo professam os deístas, o Todo-Poderoso limitou-se a criar o Universo, mas não mantém com este qualquer relacionamento. O teísmo bíblico, porém afirma com toda a clareza que Deus não somente criou como também preserva o Universo, e com a sua criação cultiva um amoroso e redentivo relacionamento.
4.2 O ser humano tem capacidade para conhecer a Deus.
Apesar de nossas exiguidades e limitações, dotou-nos o Senhor de recursos cognoscitivos e lógicos que nos levam a cogitar da realidade do Ser Supremo. E o que é mais importante: a conhecê-lo experimental e redentivamente. É claro que nenhum ser humano, por mais culto e ilustrado, jamais poderá apreender a infinitude e a essência divinas. Contudo, todos podemos vir a experimentar o seu oferecimento gracioso através de Jesus Cristo. Até os mesmos deficientes mentais podem atinar com o conhecimento divino: “E ali haverá uma estrada, um caminho que se chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para os remidos. Os caminhantes, até mesmo os loucos, nele não errarão” (Is 35.8).
4.3 Deus tem providenciado meios através dos quais o ser humano pode vir a conhecê-lo.
Como vimos no item anterior, não é impossível ao ser humano conhecer experimental e redentivamente a Deus. Afinal, Ele mesmo criou-nos com tais possibilidades. O sábio o entendeu muito bem: “Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o principio até o fim” (Ec 3.11).
Continua…
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