Tornou-se costumeiro usar a palavra apologia para se referir ao esforço ou uma obra específica em defesa da fé. Uma apologia pode ser um documento escrito, uma palavra ou discurso, ou até mesmo um filme. Os apologistas desenvolvem as suas defesas da fé cristã em relação a questões científicas, históricas, filosóficas, éticas, religiosas, teológicas ou culturais.
Nós podemos distinguir quatro funções para a apologética, ainda que nem todos concordem que ela envolva estas quatro funções. Apesar dessas opiniões, todas as quatro funções foram igualmente importantes na apologética, e cada uma delas foi defendida por grandes apologistas cristãos ao longo da história da igreja.
A primeira função pode ser chamada de justificativa ou prova, e envolve a organização de argumentos filosóficos, bem como evidências científicas e históricas em favor da fé cristã. O objetivo dessa função é desenvolver um caso positivo a favor do Cristianismo, como um sistema de crenças que deve ser aceito. Filosoficamente, isso significa extrair as implicações lógicas da visão de mundo cristão, de modo que possam ser vistas claramente e contrastadas com visões de mundo alternativas.
A segunda função é a defesa. Essa função é a mais próxima ao uso que o Novo Testamento e o início do Cristianismo fazem da palavra apologia, defendendo o Cristianismo contra a abundância de ataques desferidos contra ele em cada geração pelos críticos de variados sistemas de fé. Essa função envolve o esclarecimento da posição cristã, devido a mal-entendidos e más interpretações; a resposta a objeções, críticas ou perguntas de não cristãos; e, de modo geral, o esclarecimento de quaisquer dificuldades intelectuais que os não crentes declaram impedir para que eles venham à fé.
A terceira função é a refutação de crenças opostas. Essa função trata de responder aos argumentos que os não cristãos apresentam para respaldar as suas próprias crenças. Muitos apologistas concordam que essa refutação não resiste por si só, uma vez que provar que uma religião ou filosofia não cristã é falsa não equivale a provar que o Cristianismo seja verdadeiro. Ainda assim, essa é a função essencial da apologética.
A quarta função é a persuasão. Com isso, não queremos meramente convencer as pessoas de que o Cristianismo é verdadeiro, mas persuadi-las a aplicar essa verdade às suas vidas. Essa função trata de trazer os não cristãos ao ponto de engajamento. A intenção do apologista não é meramente vencer uma discussão intelectual, mas persuadir as pessoas a confiarem a sua vida e o seu futuro eterno ao Filho de Deus, que morreu por elas.
Continua no próximo post.
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