Só a sexta-feira?

Fonte: Pinterest.

“Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.”

1 Pe 1.15,16

Em vários ramos do Cristianismo, essa sexta-feira de hoje tem um significado especial, que evoca uma aura de santidade.

No romanismo, principalmente, há uma guarda preparatória para essa sexta-feira e para o domingo.

Eles se abstêm de determinados alimentos e práticas, pois, dentro de seu credo e conforme a ideia por detrás de seus sacramentos, o simples ato da prática os santifica, mesmo que não haja um coração inclinado a santificação.

Essa convicção de uma “imunização espiritual pela prática” não condiz com o ideal de santidade anunciado pelas Escrituras.

Nela o que pratica obra de santidade, a pratica por estar primeiro por dentro, já com a santificação em andamento, ele faz por estar buscando isso diariamente.

Claro que, no protestantismo, não há também a perfeição quando, da mesma forma, se tudo for feito em vazio de santidade, apenas para cumprir ritos ou expectativas de outros ao invés da de Deus.

Biblicamente, a expectativa divina é que os que são chamados pelo seu Nome devam ser santos em suas maneiras de viver.

E aí é pontuada a temática desse texto.

A santidade não é buscada por:

Ações sem sentimento — é o “fazer pelo fazer”, cumprir um rito para evitar uma punição ou segregação social. É apenas para não ser diferentes dos outros, o que, por si, já é uma motivação criada pelo medo ao invés de ser motivada pela reverência ou amor.

Motivação errada — quando observado o que é ser santo, fica claro que não são apenas os limites da execução ou a livre agência humana, mas em compreender que tudo em nossa vida será direcionado para esse fim. Comer, andar, trabalhar, se divertir, todas as esferas de nossa vida devem coadunar para uma “vida de santidade”.

Não é um dia — vamos firmar alguns pontos. Há momentos de santidade, ou seja, quando diante de uma situação que exige uma demonstração, do que espiritualmente está acontecendo em nós, que agimos de forma expressar santidade. Diante de situações de suborno, de depreciação do semelhante ou na negação de uma vantagem ilícita motivada pelas vicissitudes da vida, até outras de mesmo teor.

Construção de uma imagem — talvez essa seja a pior de todas, pois, ela flerta com o egocentrismo exacerbado e a hipocrisia idolátrica em querer parecer ser o que não é. Certamente, um dos melhores exemplos vem dos evangelhos, são os fariseus. Eles tinham tudo para, ao serem visto de longe, serem considerados “santos”. Suas vestes, ensinos, formas de falar, tudo indicava um caráter santo, todavia, Jesus em Mt 23.27 os denúncia que são como “sepulcros caiados”. Por fora estavam com boa aparência, mas por dentro só sequidão e formalismo vazio.

A santidade no cristão, tire agora a imagem do romanista e do protestante da cabeça agora, aquele que visa ser verdadeiramente servo de Deus deve buscar o seja mandamento do Dele, sua vontade, sua inclinação e expectativa.

Ser santo, nessa dimensão terrena e pré-vinda de Jesus, não significa perfeição.

Muitos desistem da busca por santidade por associarem ela a perfeição, conhecendo ou desconhecendo o fato que o único perfeito nesse aspecto é o Senhor.

Nossa santidade nessa terra é a busca pelo maior grau de perfeição em relação às ordenanças e mandamentos do Senhor, é por isso, que o ladrão da cruz recebe pessoalmente a certeza do encontro com o Senhor Jesus.

Ele não era santo e a prova disso é a sua crucificação que ali ocorria justamente por causa dessa conduta má.

Mas ele aceita Jesus, reconhece seu senhorio universal, daí recebe salvação.

Nós não estamos numa cruz as vésperas da morta para não buscarmos pela salvação que obtivemos, uma vida com propósito de santidade para aquele dia, quando Jesus voltar ou nossa morte chegar.

Possamos alcançar testemunho tal que, nossa aceitação expressou-se numa conduta santa e nossa santidade de conduta seja verdadeiramente a expressão da salvação adquirida em Jesus.

Sendo assim, não é só a sexta-feira que é santa ou o dia de ser santo, mas em todos os dias é esperado por Deus que sejamos santos como Ele é, até alcançarmos a completa regeneração que o Espírito Santo irá nos proporcionar no dia do arrebatamento.

Sede santo em toda a vossa maneira de viver!