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Um dos mais notórios nesta perseguição foi o de Justino.
Nascido no princípio do segundo século, na Síria, de pais pagãos, foi um filósofo, mas sempre procurava mais luz, não se contentando com sua filosofia.
Andando um dia pela praia, a meditar, encontrou m homem velho e venerável, e este, reconhecendo os trajes do filósofo, entrou em conversação com Justino.
Mostrou-lhe a falência da filosofia e aconselhou o jovem a ler as Escrituras Sagradas dos judeus, como única fonte de conhecimento verdadeiro, e acrescentou: “Ali acharás todo o necessário para alcançares a felicidade verdadeira; mas acima de tudo pede a Deus para abrir o teu coração para receberes a luz; pois, sem a vontade de Deus e seu Filho Jesus Cristo, ninguém pode obter a salvação.”
Justino seguiu este conselho, estudando as Escrituras do Velho Testamento, os escritos dos Evangelhos e algumas Epístolas (porque naquele tempo o Novo Testamento ainda não existia como o temos), e ele achou a vida eterna.
Continuou a lecionar, vestido de filósofo, porque queria reconciliar tudo que julgava bom na filosofia com as verdades da fé cristã.
Escreveu seu livro “Apologia” para auxiliar os filósofos, e “Diálogos” para convencer os judeus.
O resultado, porém, foi que ficou mais odiado.
Por fim, foi acusado pelos filósofos perante o prefeito Rustico; sendo condenado a morrer (cerca de 165 d.C.).
Uma certa carta de Justino descreve como os cristãos procediam no culto, cerca do ano 150 d.C.
Ele diz “Encontramo-nos no dia do Senhor (o domingo) para adoração, nas cidades e vilas; lemos nos livros dos profetas e das memórias dos apóstolos, tanto quanto o tempo nos permite. Acabada a leitura, o presidente ou bispo, num discurso ou sermão, exorta os fiéis a seguirem aqueles excelentes exemplos; em seguida todos se levantam e oram juntos. Depois disto trazem pão, vinho e água, o presidente faz oração e dá graças conforme a sua habilidade, e toda a gente diz 'Amém'”.
Faz-se então a distribuição das coisas abençoadas a todos os presentes, e ais ausentes são enviados por mão dos diáconos.
“Aqueles que são ricos e estão dispostos a isso, dão o dinheiro que querem, cada qual conforme a sua vontade; e o que se junta é entregue ao presidente, o qual beneficia cuidadosamente os órfãos e as viúvas, e aqueles que por doença ou outro qualquer motivo estão necessitados, e também os que se acham presos, e os estrangeiros que residem conosco; em suma, todos os que precisam de auxílio.”
Segundo estas palavras de Justino Mártir, os cristãos já começaram a considerar supersticiosamente os emblemas da Santa Ceia, como possuídos de virtude em si, em ver de servirem como uma simples lembrança do sacrifício e da morte do Senhor.
O apóstolo Paulo ensinou aos Coríntios que a Santa Ceia era uma manifestação de comunhão entre os participantes e as ações de graças eram uma parte integral do rito.
O desvio do ensino bíblico desenvolveu-se na hóstia e na missa, e, passando algum tempo, o “presidente” tornou-se “sacerdote” com poder milagroso.
Continua.
KNIGHT, A. E.; ANGLIN, W.. História do Cristianismo. 3. ed. Teresópolis: Casa Editora Evangélica, 1955. 404 p.
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