Ser bíblico significa:
Reconhecer a amplitude da Bíblia
A Bíblia é como um país muito grande, que não se pode conhecer numa visita rápida de turista.
Enamorar-se da, e situar-se na, história bíblica
Como diz C. S. Lewis: “Para ser realmente cristãos, temos que não apenas concordar com o fato histórico, mas também abraçar o mito com o poder da imaginação”. O cristianismo tem a melhor história do mundo, de um Deus que entra pessoalmente no seu mundo, vive como pessoa pobre num país oprimido, é incompreendido e rejeitado, sofre e morre de forma indigna, e vence a morte pela ressurreição.
Imergir-se na cultura do reino de Deus
Significa aprender a “cultura” do reino de Deus, adaptar-se às prioridades e valores deste. Isso envolve desaprender tanto quanto aprender, pois Jesus inverte os valores do mundo e nos oferece um mundo impregnado de outros valores.
Ler a Bíblia em comunhão com a igreja de todos os tempos
Não podemos ser bíblicos sozinhos. Temos de ler a Bíblia na comunhão dos santos, que é local, mas também é geográfica e historicamente dispersa. Devemos ler a Bíblia por meio dos melhores intérpretes, mesmo que estejam do outro lado do mundo, ou tenham morrido há muitos séculos.
Entender a liberdade evangélica
Se ser evangélico é a vontade de ser bíblico, isso nos dá uma nova liberdade. A liberdade de não ter de defender determinadas tradições e execrar outras. A liberdade de examinar todas as tradições, avaliando-as pelos critérios da revelação e da relevância. A liberdade de aplaudir tudo o que for bíblico, onde quer que se encontre, inclusive entre não cristãos.
Ser calibrado nas ênfases
Devemos ser bíblicos também no peso que cada assunto tem na Bíblia. Quem é bíblico sabe dimensionar as questões. Um pregador que fala 50 % do tempo sobre um assunto que representa 0,05 % da Bíblia não está sendo bíblico.
Ser persistente
Nas palavras de Efrém, o Sírio (século 4º): No estudo de um texto bíblico, “quem encontrar um dos seus tesouros não deve pensar que ali existe somente aquilo que encontrou, mas antes, que ele foi capaz de encontrar somente aquilo. Dê graças pelo que você conseguiu tirar, e lembre-se que o que ficou também faz parte da sua herança [...] Procure recebê-lo em outro momento, não desista”.
Reconhecer a diversidade do corpo de Cristo
Primeiro, diversidade de níveis em que a Bíblia funciona: psicológico, emocional, relacional, social, político, intelectual etc. Segundo, a diversidade entre as pessoas que leem a Bíblia: de diversos temperamentos, diversos níveis educacionais, diversas situações sociais, diversos momentos da vida. E, terceiro, as diversas perspectivas contidas na própria Bíblia. Como diz novamente Efrém: “[...] Muitas são as perspectivas de sua Palavra, como também muitas são as perspectivas daqueles que a estudam. Deus escondeu na sua Palavra todo tipo de tesouro, para que cada um de nós, toda vez que meditamos, seja enriquecido”.
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Texto extraído do artigo A tão famigerada “missão integral”, acessado em 27/09/2016.
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