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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O que é a Bíblia 6/15

A ordem dos livros no Antigo Testamento Hebraico

Os livros canônicos numa Bíblia hebraica de hoje são 24, sendo divididos em três partes – a Lei (Torah), os Profetas (Nebhiim) e os Escritos (Ketubim), também denominados “os Salmos” (Lc 24.44).

Essa divisão é antiga, sendo claramente implícita no prólogo do livro apócrifo de Eclesiástico (c. 180 a.C.), conhecida por Filon e mencionada pelo Senhor (Lc 24.44).

A classificação, porém, sofreu algumas mudanças visíveis, com livros passando da segunda para a terceira divisão nos primeiros séculos cristãos.

A forma que nos chegou do período massorético (c. 600-900 d.C.) é a seguinte:

1. Lei (Torah) – 5 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

2. Os Profetas (Nebhiim) – Total de 8 livros. Profetas Anteriores, 4 livros: Josué, Juízes, Samuel e Reis. Profetas Posteriores, 4 livros: Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze (Profetas Menores).

3. Os Escritos (Ketubim) – Total de 11 livros. Livros Poéticos, 3 livros: Salmos, Provérbios, Jó. Os Rolos (Megilloth), 5 livros: Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester. Livros Proféticos-Históricos, 3 livros: Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.

Josefo, expressando a opinião judaica corrente no século 1 d.C., reconhece 22 livros (5 da Lei, 13 dos Profetas e 4 dos Escritos), em vez dos 24 posteriores.

Nos livros da Lei, é claro, ele incluía Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Josefo incluía entre os 13 livros dos Profetas todas as Escrituras históricas e proféticas, contando como um livro cada um dos seguintes conjuntos: Juízes-Rute, 1-2 Samuel, 1-2 Reis, 1-2 Crônicas, Esdras-Neemias, Jeremias-Lamentações e os Doze Profetas Menores (total de 7 livros).

Josefo também incluía Josué, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Jó e Ester entre os Profetas. Nos Escritos ele colocava Salmos, Provérbios, Cantares e Eclesiastes.

Os 22 livros de Josefo eram, portanto, só os do cânon hebraico (sem incluir nenhum apócrifo). A divisão em 22 livros (número de letras do alfabeto hebraico) representa, ao que parece, uma divisão mais antiga que a rabínica, em 24 livros, que nos foi transmitida pelas Bíblias hebraicas modernas.

Melito de Sardes (c. 170 d.C.), Orígenes (c. 250) e Jerônimo (c. 400), seguindo autoridades judaicas, confirmaram a divisão em 22 livros, registrada por Josefo, com alguma diferença de enumeração.

Jerônimo também estava familiarizado com a divisão rabínica de 24 livros, obtida pela separação de Rute e Juízes e de Lamentações e Jeremias.

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