Páginas do J.A.

domingo, 14 de outubro de 2012

VINTE CONSELHOS A UM FUTURO PASTOR

Li está matéria e achei muito instrutiva para meu ministério e creio que para o de vocês também.

_________________________________________________________________________________

clip_image001

Paulo, apóstolo, escrevendo  a Timóteo sobre os que aspiravam ao ministério pastoral, afirmou que estes candidatos aspiravam excelente obra (1 Tm 3.1). Ele segue sua narrativa colocando os primeiros critérios para a escolha de novos presbíteros, os pastores da igreja primitiva. Muitos destes conselhos são repetidos no 1º capítulo da carta a Tito. Lamentavelmente, se analisarmos a vida de muitos “pastores” dos nossos dias, veríamos que eles não passariam nestes critérios básicos.

Há algum tempo, em uma rede social, foi estimulado a dar alguns conselhos a um jovem que estará em breve se formando em Teologia e sendo ordenado pastor no ministério aonde congrega. Eu não sou pastor; apenas sirvo em uma pequena igreja, atuando no ministério de louvor e no ensino da Palavra ao lado de meu pastor, auxiliando-o. Me enquadro muito mais na qualidade de servo, e quero permanecer nesta condição! Mas gostaria de estender os mesmos conselhos a todos aqueles que desejam entrar no Ministério Pastoral. Eles também servem para aqueles que já têm seus ministérios... Nunca é tarde para fazer uma avaliação, umas mudanças, uma repensada... Ver onde se caiu e retornar ao caminho...

1. Não ceda ao ecumenismo, PRINCIPALMENTE ao ecumenismo interno, que ocorre dentro das igrejas ditas "evangélicas" e entre elas, em nome de uma unidade que não se reflete na unidade doutrinária e nem no respeito à Palavra de Deus. É muito mais corporativismo do que respeito! Quando um pregador estiver ensinando algo que não se enquadra no genuíno Evangelho de Cristo, caia fora, não se associe com o erro (1 Co 5.9-13), seja ele quem for! Comunhão, sim; ecumenismo com doutrinas extra bíblicas ou antibíblicas, NUNCA.

2. Jamais "incremente" seu ministério a ponto de precisar de dinheiro, dinheiro e mais dinheiro para sustentar a pesada máquina que você criou (não ponha a culpa em Deus!). Isto é uma porta mais que escancarada para a prostituição ministerial. Não se especialize em pedir ofertas, ofertas e mais ofertas para sustentar seu ministério, nem prometa bênçãos em troca destas ofertas, e muito menos bênçãos maiores para quem efetuar ofertas maiores.

3. Não se prenda a uma mensagem politicamente correta. Jesus nunca se utilizou deste subterfúgio mauricinho. Pregue a palavra, doa a quem doer. Fale do inferno, do pecado, pregue contra a prostituição, a desonestidade, o adultério, a homossexualidade, a maledicência, a fofoca... Você será odiado por muitos, mas amado pelo Senhor da seara. Você poderá até perder a vida, a sua liberdade, a sua "credencial de pastor", mas não perderá sua dignidade, e nem a dignidade do Ministério que lhe foi confiado!

4. Viva dentro de um padrão financeiro confortável, mas nunca ostentativo e perdulário. Cuidado! Quando a maior parte da comunidade que pastoreias anda a pé, você não deve andar de carrão! Simples assim... Contente-se com o básico, com o sustento, e nunca com a riqueza e a ostentação. O obreiro é digno de seu salário, mas a ostentação e o luxo desnecessário não vêm de Deus. Se puder trabalhar secularmente e pastorear sem ônus para a Igreja (como Paulo fazia), melhor!

5. Siga SOMENTE as Sagradas Escrituras, principalmente as da Nova Aliança (NT). Não retroceda, e nem avance!! Respeite e ame os judeus e sua religião, mas não introduza o judaísmo e seus rituais no meio da Igreja, e nem tente recosturar o véu do templo, rasgado na morte de Cristo (retrocesso). Não introduza novidades ou apoie doutrinas que não têm base escriturística (avanço). Jamais se esqueça que a Bíblia é a ÚNICA regra de fé e prática para o crente e para a Igreja. Portanto, ao ouvir novidades, analise-as exaustivamente à luz da Bíblia!

6. Jamais caia nas tentações do poder. Você é um servo, que serve como pastor em algum local. Não deixe os "fumos do poder" subirem à sua cabeça. Não se faça bispo, apóstolo, patriarca, arcanjo ou semideus. Contente-se na posição de servo. Já é muito!

7. Cuidado com o que divulga em sua igreja. Isto inclui pregações e pregadores,  louvores e cantores, estudos e doutrinas, "visões ministeriais" e outras cositas mas... Que tudo seja centrado em Deus e na Sua Palavra, e jamais no homem, seus anseios de riqueza, vitória e vingança contra os inimigos.

8. Respeite as finanças da Igreja! Elas são de Deus e da obra, e não suas! Não invente novas formas de ofertas, que na verdade são formas de extorquir as ovelhas. Quando precisar de ofertas especiais, faça-as com muito critério, nos padrões de Ex 36.2-7, ou seja, imponha limites para o valor a ser arrecadado, individual e coletivamente. Estas ofertas deverão ser voluntárias e dentro dos padrões e posses das ovelhas.

9. Preocupe-se com a teologia. Se esta palavra te soa mal, deixa eu usar um sinônimo: preocupe-se com a DOUTRINA, mais precisamente a doutrina dos apóstolos ― não os "genéricos" dos nossos dias, mas os originais, os escolhidos pelo Senhor Jesus (Mt 10.1-4), Matias (At 1.15-26) e Paulo! Estude! Leia! Aprenda! Eu sei que hoje em dia não é preciso curso teológico para ser pastor, basta saber dar um nó de gravata (que saudades do meu tempo, que para se tornar pastor tinha que ter o curso de Bacharel em Teologia, apresentar tese ou monografia, submeter-se a uma banca examinadora de pastores...), mas você não deve aceitar tais facilidades. Se desde o tempo de Paulo já havia dificuldades para se entrar no ministério, não facilite as coisas para você mesmo ou para quem quer que seja!

10. Cuidado com "presentes", principalmente vindos de fora e os de valor elevado! Quando alguém vier te ofertar um carro, saiba que isto terá (ou já teve!) um custo para o teu Ministério! Procure reverter estes presentes para a Igreja e para a Obra, e não para seu próprio uso! E cuidado também com os grandes dizimistas e ofertantes de dentro, que muitas vezes tentam, à força dos valores ofertados, dominar o pastor e a Igreja.

11. Não se cale diante de erros doutrinários que são pregados por aí, ensinados dentro das Igrejas como se fossem as mais sublimes verdades. Fomos chamados para defender a sã doutrina, e quando nos calamos, não somente concordamos com o erro como nos omitimos diante da missão de defender a genuína fé cristã disposta nas Escrituras. Venha de quem vier, o erro deve ser combatido!

12. Cuidado com a idolatria! Os pastores são muito vulneráveis a este tipo de “adoração”, e as ovelhas são propensas a supervalorizarem seus pastores e líderes. Você é apenas um servo; portanto, não aceite idolatria, seja de suas ovelhas, seja das ovelhas de outros apriscos. Lembre-se de Pedro diante de Cornélio: "Levanta-te que eu também sou homem!". Por mais que Deus exalte teu ministério, mantenha-se servo! E combata as idolatrias a cantores, bandas, Ministérios de Louvor e pregadores (modernamente chamados de “Conferencistas”), desestimulando as suas ovelhas a nutrirem esta paixão carnal.

13. Não dedique tempo e força demais discutindo assuntos secundários ou inferiores. Preocupe-se com os assuntos primários do Evangelho: salvação, santificação, resgate de vidas, evangelização, cuidado com os pobres...

14. Fuja da "teologia" da falsa prosperidade, aquela que afirma que o crente é sempre vencedor, tem sempre saúde perfeita, tem que ser rico, deve dar ordens a Deus, que o crente é um deus, e outras bobagens. Somos cacos de barro, no meio do monturo dos cacos! Deus é Senhor sempre.

15. Cuidado com os “novos moveres” da igreja! Compreenda e procure transmitir às suas ovelhas que o que transforma o homem é a Palavra de Deus, e não os “moveres do espírito”. Não se incomode se os pseudo-pentecostais lhe chamam de "incrédulo", "cru", "frio", "Tomé" e outros “xingamentos e palavrões gospel”... Seja bereiano (At 17.11), ou seja, um calo no "sapato de fogo" daqueles que querem invadir a Igreja do Senhor com fogo estranho. Apague imediatamente este fogo, mantendo aceso o genuíno fogo do Espírito Santo (1 Ts 5.19), e cultive as suas ovelhas a buscar o Espírito Santo de conformidade com o que está escrito (1 Co 12, 13 e 14), e não de acordo com o que os homens querem e acham que deve ser. Valorize e busque o dom do discernimento de espíritos (1 Co 12.10), na sua vida e entre o rebanho, pois ele é uma poderosa ferramenta dada por Deus contra estes fogos estranhos dentro da Igreja!

16. Faça de seus auxiliares diretos, obreiros e ministros, pessoas centradas na Bíblia. Dê-lhes ensino centrado nas Escrituras, e não permita que eles se afastem do princípio da SOLA SCRIPTURA. Ensine-os a usar as Escrituras e o cérebro, e procure ensinar o mesmo às ovelhas! Não tenha medo de gerar obreiros e ovelhas que sabem raciocinar! Se você conseguir realmente isto, eles permanecerão ao seu lado sempre! Quem vai querer sair do restaurante cinco estrelas, para almoçar na birosca da esquina?

17. Combata erros doutrinários na gênese! Mantenha-se vigilante, e quando chegar algum vento de doutrina no seio da comunidade que Deus lhe confiou, não tenha pena de ser um chato-de-plantão, um inconveniente ou um grosso no estilo "Seu Lunga": extinga o fogo enquanto é uma fagulha, ensinando a verdade que está na Bíblia Sagrada. Para isto, procure estar sempre presente e atento aos cultos, mormente os nos lares, reuniões familiares, "círculos de oração", vigílias etc, pois é daí que surgem a maioria das novidades, sempre aproveitando a ausência de pastores firmados nas Escrituras e zelosos da sã doutrina. Não tenha medo ou temor de envergonhar falsos obreiros e profetas! Aja imediatamente, tomando o microfone das mãos de quem fala bobagem e desmoralizando seus falsos ensinos com a Verdade, doa a quem doer!

18. Ensine PRINCÍPIOS, e nunca imponha NORMAS. O ensino dos princípios implantam o ensino no coração das ovelhas, enquanto a imposição das normas sempre dividem o rebanho.

19. Não substitua a Palavra de Deus pela experiência de líderes e profetas! E nem pelas experiências que produziram crescimento. A experiência dissociada das Escrituras é o primeiro passo para a negação da Palavra de Deus e o afastamento da Igreja de seus princípios eternos.

20. Restaure o altar quebrado: retire os Cultos de Vitória, as Campanhas do número sete e  outros similares, e restabeleça Cultos de Oração (que tenham realmente oração!), de Doutrina (que ensinem realmente a sã doutrina) e Escola Bíblica (seja dominical, sabatina ou de qualquer dia!). Fazem mais bem à Igreja do que estas invencionices que desviam o homem do que realmente interessa na caminhada cristã: oração e Palavra!

Faça assim, e Deus estará sempre do teu lado! Acima de tudo, seja um eterno dependente de Deus e de Sua Palavra!!

clip_image002Zilton Alencar (45) mora em João Pessoa – PB.

Casado com Chirley Alencar, é músico, programador, webdesign e servo de Deus.

É também colunista deste blog, e esporadicamente em seu blog pessoal, o BLOG DO ESQUIZILTON. Acesse e confira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário