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quinta-feira, 17 de maio de 2012

TAMAR - UMA PRINCESA VIOLENTADA


Muitas mulheres, ainda que não pertencem à realeza, podem identificar-se com Tamar. O que possuem em comum é o fato de terem passado pela terrível experiência de terem sido estupradas por alguém que acreditavam ser de confiança, como um membro da família, um amigo ou um conhecido.

Tamar não devia ter muitos motivos para se preocupar com sua segurança pessoal. Ela era filha do rei Davi com a princesa Maaca (veja 2Sm 3.3) e a bela irmã de Absalão. Usava as veste de cores vivas de uma princesa e, sem dúvida, tinha uma vida reclusa e cheia de mimos.

Seu meio-irmão, Amnom, dominado pela beleza de Tamar e por sua própria lascívia, elaborou um modo infalível de passar algum tempo sozinho com ela, tendo, para isso, contado com a ajuda de seu amigo e primo ardiloso. Fingido estar doente, pediu ao pai, o rei Davi, que Tamar fosse preparar uma refeição para ele e que o alimentasse enquanto ele estivesse enfermo.

Não tendo motivo algum para suspeitar de seu meio-irmã nem para temê-lo, Tamar concordou e foi à casa de Amnom preparar alguns bolos, uma espécie de pães, para ele. Quando ela os ofereceu a Amnom, porém, ele se recusou a comê-los. Mandando todos os servos embora, ele pediu que Tamar trouxesse pessoalmente a comida e que o alimentasse no quarto.

Ali, para horror e desespero da moça, ele a estuprou. Ela protestou, ela resistiu, implorou para que não a desgraçasse com tal ato vergonhoso. Tentou persuadi-lo, chegando a sugerir que, se ele pedisse o rei, teria permissão para se casar com ela (Abraão havia se casado co sua meia-irmã Sara; veja Gn 20.12), mas Tamar não pôde escapar da violência de Amnom.

Uma vez satisfeita sua lascívia, os sentimentos de Amnom mudaram de "amor" para ódio e aversão totais. Para piorar ainda mais seu ato pecaminoso, ele mandou seus servos expulsarem Tamar como se ela fosse um pedaço de lixo descartado após o uso.


A tristeza de Tamar foi tanta, que ela rasgou sua lindas vestes e colocou cinzas sobre sua cabeça em profundo pesar e humilhação. Sabendo dos danos emocionais causados pelo estupro e da consequente necessidade de firme apoio para suas vítimas, podemos imaginar como ela deve ter se sentido. Seu próprio irmão, Absalão, minimizou insensivelmente sua experiência: "Cala-te... não se angustie o teu coração por isso" (2Sm 13.20). Até mesmo o rei Davi, seu próprio pai, apesar de ter se irado, não fez nada. Mesmo que, mais tarde, Absalão tivesse arranjado para que Amom fosse morto como vingança (2Sm 13.32), Tamar sofreu um trauma emocional para o resto da vida. Apesar de ser princesa, sua condição real não podia protegê-la de uma ato de violência sexual nem dar a ela o apoio emocional de que precisava  para começar o processo de cura. Inúmeras mulheres como Tamar conhecem o medo, a dor e a vergonha de serem estupradas por alguém em que confiavam; e de compaixão, que podem ser encontrados, antes de mais nada no Senhor, o "Deus de toda consolação" (2Co 1.3; veja também 2Co 5.17; Hb 4.16).


Fonte: "A Bíblia da Mulher" - editora MC e SBB, pág. 423;


Pb Donizeti (Um servo do Senhor Jesus a serviço do reino de Deus).

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